O sentido antigo das palavras, pertencente à época de criação da própria língua, deve determinar o âmbito semântico dentro do qual as alterações de significado são legítimas. Qualquer alteração que trespasse as fronteiras semânticas originais é do domínio do arbítrio, e como tal merece ser tratada. O tempo próximo das origens, habitualmente chamado "Antiguidade" e entendido como uma espécie de velhice do homem, é antes a infância e juventude do homem, que começava então sua marcha fadada a desfechar nos tempos atuais, estes sim situados entre a maturidade e a senilidade. Os primeiros tempos só são considerados como vetustos por um cômputo, por assim dizer, invertido feito pelo homem moderno, cômputo que o termo "antiquus" (antigo, ancien, antico), derivado da preposição "ante", em frente ou próximo, ou seja, próximo das origens, foi escolhido para exprimir. A antiguidade do tempo é a juventude do mundo, ou seja, é a melhor época do homem, aquela que deu à luz os escritos sagrados mais importantes e as obras literárias mais duradouras. Na mesma medida em que a juventude prima sobre a velhice, o primeiro sentido das palavras deve primar sobre as aberrações semânticas modernas. A filologia mira recuperar o sentido que as palavras possuíam no tempo de maior robustez intelectual da humanidade.
Informações adicionais
Organizadores |
Hilton Catanzaro Guimarães |
Formato |
16x23 cm |
Páginas |
450 |
Acabamento |
Brochura |
ISBN |
978-85-540452-0-3 |
Ano de Publicação |
2018 |
Edição |
1 |