Num escritório imobiliário de Chicago (EUA) no começo da década de 1990 empregados assalariados da corretora Mitch&Murray têm que enfrentar o desafio de vender sob pena de serem demitidos. São oferecidos prêmios para aqueles que se destacam nas vendas. O primeiro prêmio é um Cadillac; o segundo é um jogo de facas e o terceiro prêmio é a demissão. Na verdade, os tempos são difíceis com a economia norte-americana em recessão. Shelley Levene, Dave Moss e George Aaronow são vendedores veteranos, mas somente Richard Roma está numa maré de sorte. As pistas preciosas de vendas – as “Glengarry Glen Ross” (título original do filme) – são guardadas, tornando-se objeto de desejo dos vendedores por significarem a chance de preservar o emprego. No filme “O Sucesso a qualquer preço”, temos a clara percepção da experiência da precarização do trabalho numa categoria típica de empregados assalariados (corretores de imóveis). Através da experiência de trabalho assalariado dos vendedores de imóveis, explicitam-se as novas formas de estranhamento que perpassam a condição de proletariedade no capitalismo global. Na verdade, no filme, o vendedor de imóvel é a prefiguração típica do trabalhador assalariado do capitalismo global que está hoje mais implicado com disposições mercantis, tendo em vista a redução do contingente de proletários operários industriais e a ampliação do contingente de proletários empregados ligados às atividades de serviços, onde é intenso o contato com o mundo das mercadorias e da relação de venda-e-compra. Esta nova relação salarial do proletário moderno significa maior implicação da subjetividade humana com a forma-mercadoria.
Informações adicionais
Autor |
Giovanni Alves |
Acabamento |
CD-Rom |
ISBN |
978-85-7917-150-5 |
Ano de Publicação |
2010 |
Edição |
1 |
Sobre o autor |
Professor livre-docente de sociologia da UNESP - Campus de Marília, pesquisador do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa “Estudos da Globalização”, coordenador-geral da Rede de Estudo do Trabalho (www.estudosdotrabalho.org), projeto “Núcleo de Estudos da Globalização” (http://globalization.cjb.net) e do projeto de Extensão Tela Crítica (www.telacritica.org) |