No filme “A classe operária vai ao paraíso”, de Elio Petri (Itália, 1971), Lulu Massa é um operário consumido pelo capital e cujo trabalho estranhado consome sua vida. A fábrica adota sistema de quotas (metas) que intensifica a produção. Lulu é o operário-padrão da fábrica, sendo hostilizado pelos outros companheiros de chão de fábrica. Após perder um dedo na máquina, Lulu adota uma atitude critica ao modelo de exploração, confrontando a gerencia. Os operários (situação e oposição sindical) contestam as cotas. Após uma greve, Lulu é demitido. Depois de negociações, ele consegue ser readmitido na fábrica, voltando à linha de produção e reintegrando-se ao coletivo de trabalho. Por conta da mobilização operária, o sistema de cotas é revisto pela direção da fábrica. Deste modo, podemos caracterizar a estrutura lógico-explicativa da analise critica do filme de Elio Petri a partir de dois importantes eixos: primeiro, produção de mais-valia relativa (inovação técnico-organizacional do capital), desvalorização da força de trabalho como mercadoria, degradação do trabalho vivo (saúde do trabalhador) e resistência contingente e necessária do proletariado. Segundo, capital consome trabalho vivo e trabalho estranhado consome vida. Os dois eixos explicativos da estrutura narrativa do filme constituem os traços essenciais do que seria a precarização (e precariedade) do trabalho no capitalismo global.
Informações adicionais
Autor |
Giovanni Alves |
Acabamento |
CD-Rom |
ISBN |
978-85-7917-135-2 |
Ano de Publicação |
2010 |
Edição |
1 |
Sobre o autor |
Professor livre-docente de sociologia da UNESP - Campus de Marília, pesquisador do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa “Estudos da Globalização”, coordenador-geral da Rede de Estudo do Trabalho (www.estudosdotrabalho.org), projeto “Núcleo de Estudos da Globalização” (http://globalization.cjb.net) e do projeto de Extensão Tela Crítica (www.telacritica.org) |